A HISTÓRIA DE PALMITAL
A cidade de Palmital localiza-se no Vale do Paranapanema e sua origem data do final do século XIX. As terras palmitalenses ocupam o Planalto Ocidental Paulista, apresentando uma média de 500 metros de altitude. O clima predominante é o Tropical de Altitude e os maiores índices de chuvas ocorrem na Primavera e no Verão.
Um dos pioneiros a desbravar a região foi João Batista de Oliveira Aranha, por volta do ano de 1.886.
No início da colonização, havia uma exuberante formação vegetal de Mata Tropical cobrindo a totalidade do município, com várias espécies: peroba, marfim, canelão, cedro, canjarana, cabriúva, guaritá, angico, gorocaia e maçaranduba.
A rede hidrográfica é composta por cinquenta e seis fluxos de águas que escoam em direção ao Rio Paranapanema.
E foi graças a esses veios hidrográficos que os antigos colonizadores estabeleceram-se no solo palmitalense, produziram riquezas e deixaram seus nomes registrados na história.
Águas eternizadas pelos sobrenomes dos pioneiros: AMÉRICOS, ANDRADE, MACHADO, MONTEIRO, ARANHA, MOREIRAS, THOMÉS, TRONCO, ELIAS, EUSÉBIO, FABRÍCIO, FACEIROS, FINICO, GASPARITO.
Águas que lembram tribos indígenas: ALDEIA, GUARANI, GOIAPÁ.
Águas que mostram conceitos geográficos: ESPANHOLADA, CORREDEIRA, DO MEIO, TRÊS ILHAS, DO MATÃO, PAU D´ALHO, BREJO, BARREIRÃO.
Águas que apresentam a fauna local: PAVÃO, ANHUMAS, PARY, VEADO, JACUTINGA, LAMBARI.
Águas que refletem paz e harmonia: BOA VISTA, BONITA, CLARA, NOVA, FARTURA
O núcleo urbano formou-se, inicialmente, em torno da Capela São Sebastião, e, posteriormente, em torno da Estação Ferroviária, construída há cerca de duzentos metros ao sul da primeira Igreja do munícipio.
Até 1916, o povoado era uma extensão do município de Campos Novos Paulista. Em 20 de abril de 1920, Palmital é elevada à condição de Município. Em 30 de novembro de 1944, Palmital é designada como Sede da Comarca, abrangendo os munícipios de Platina, Ibirarema e Campos Novos Paulista.
A primeira Estação Ferroviária de Palmital foi construída em 1.913 e os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana foram inaugurados em 1914. A partir dessa conquista, o pequeno povoado teve um respeitável crescimento comercial, com a instalação de novos empreendimentos nas proximidades da estrada de ferro. O setor agrícola foi o principal beneficiado pela nova modalidade de transporte, que ligava o interior a capital do Estado, facilitando o escoamento da produção cafeeira para o Porto de Santos.
O início da cidade de Palmital foi marcado pela chegada dos colonos, que tinham no Catolicismo Romano sua herança religiosa, o que favoreceu a integração de descendentes portugueses, espanhóis e italianos na comunidade local.
Um dos grandes líderes religiosos desse período foi o Padre Martins que, além de motivar espiritualmente a comunidade católica, foi o grande empreendedor na construção da Igreja São Sebastião.
O legado de mais de um século de história da cidade de Palmital foi viável graças a pessoas que não fugiram de seu papel de cidadão na formação de um povo marcado pelo trabalho em todos os setores profissionais: pedreiro, agricultor, médico, professor, trabalhadores anônimos, e tantos outros que deixaram suas marcas em cada tijolo assentado, em cada palmo de chão plantado, em cada vida salva, em cada cidadão educado, em cada página de documento registrada, em cada registro fotográfico, em cada discurso que resiste ao tempo.
O primeiro capítulo da história política do município foi escrito com o sangue da família Machado. Na eleição de 1922, José Machado saiu vitorioso do pleito, derrotando o grupo opositor. Cândido Dias de Mello, inconformado com a derrota, organizou uma emboscada para seu opositor. Seus capangas armaram uma tocaia próxima aos trilhos ferroviários e, quando os correligionários de José Machado passavam pelo local, uma saraivada de balas disparadas de carabinas abateu oito pessoas e feriu outros mais. O estratagema culminou com o assassinado de três membros da família Machado: José Machado, João Machado e Martiniano Machado.
Quanto às áreas rurais do município, dois povoados fazem parte da história da colonização de Palmital: Espanholada e Sussui.
Entre 1915 e 1920, houve um grande fluxo de espanhóis que migraram da cidade de São Manuel, região central do estado de São Paulo, para a zona rural de Palmital, com o objetivo de trabalhar no cultivo do café. Nos anos 40, esses espanhóis formaram um povoado próximo as suas propriedades rurais, o qual recebeu o nome de Espanholada.
Desde então, estabeleceu-se na região o sotaque castelhano e sobressaíram-se os sobrenomes de famílias de origem espanhola, que fixaram residência no local e ajudaram a escrever a história de Palmital: Pineda, Parrallego, Lopez, Hildalgo, Gutierrez, Moreno e Gonçalez.
O Distrito de Sussui está localizado a 12 quilômetros a oeste da zona urbana de Palmital. A ocupação humana e econômica do referido Distrito teve início no final do século XIX, quando colonos de várias nacionalidades europeias ocuparam a margem esquerda do Rio Pari-Veado.
A chegada da ferrovia na década de 10 abriu caminho para o desenvolvimento do arraial, principalmente para o escoamento de madeira e, posteriormente, para o transporte de pessoas, cereais e derivados de mandioca através dos vagões da Estrada de Ferro Sorocabana. A princípio, Sussui era um Distrito pertencente ao município de Cândido Mota. A partir de 30 de novembro de 1938, o referido Distrito foi transferido para o município de Palmital.
A mandioca tornou-se o principal produto da região, estimulando o surgimento de fábricas de amido, raspa e farinha de mandioca.
As transformações tecnológicas da produção agrícola impulsionaram o êxodo da zona rural, atingindo também a Espanholada e Sussui. Hoje, infelizmente, esses povoados mostram parcos registros de um passado próspero.
A população de Palmital é predominantemente urbana; porém, o setor agrário e as agroindústrias são os segmentos responsáveis pela maior parcela econômica gerada no município.
O Centro Cultural é um dos projetos arquitetônicos mais bonitos da cidade. O projeto é assinado por Rui Otake e conta com espaço privilegiado para diversos tipos de eventos.
A Festa de Santos Reis é um dos eventos culturais mais conhecidos no munícipio. Anualmente, no mês de janeiro, as Bandeiras percorrem os bairros rurais arrecadando donativos para a realização de uma celebração religiosa no dia seis de janeiro, ocasião em que há a farta distribuição dos alimentos arrecadados nas jornadas das companhias. Os pratos típicos são servidos gratuita e abundantemente a todos os participantes da festa, durante o dia da celebração, num cardápio de dar água na boca: macarronada; arroz; virado de feijão; carne de porco, de frango e de boi.
Professor Marcos Paludetto